Sonhos ao relento
Eu ando pelas ruas, recolhendo sonhos,
deixados ao relento.
deixados ao relento.
Espatifados pelo vento.
Filhos bastardos do destino,
largados pelas mãos invisíveis do tempo,
à minha porta.
Recolho-os, galhos e gravetos molhados,
na última estação das águas.
Seco-os com os cachos dos meus cabelos.
Perfumo-os com o óleo dos jasmins,
que florescem - sempre -, em novembro,
e enfeitam a minha passagem,
sem se importarem com a minha vontade.
Embalo-os no berço fantasma
dos filhos que não tive.
E escondo-os de mim mesma,
numa caixinha de música
(antiga):
-onde a bailarina está nua
e tem as pernas quebradas.
Filhos bastardos do destino,
largados pelas mãos invisíveis do tempo,
à minha porta.
Recolho-os, galhos e gravetos molhados,
na última estação das águas.
Seco-os com os cachos dos meus cabelos.
Perfumo-os com o óleo dos jasmins,
que florescem - sempre -, em novembro,
e enfeitam a minha passagem,
sem se importarem com a minha vontade.
Embalo-os no berço fantasma
dos filhos que não tive.
E escondo-os de mim mesma,
numa caixinha de música
(antiga):
-onde a bailarina está nua
e tem as pernas quebradas.
Comentários
aqui, vc ainda tenta esconder um mundo fantasma, cheio de fantasias de você mesma... mas vai ser por pouco tempo, porque estes últimos poemas mostram a grande virada, e por mais que você não entenda no plano racional, e acho que é providencial, que é a oportunidade que a vida está te dando de conectar-se com outros caminhos, com uma outra linguagem e uma outra paisagem, quando abre-se o portal e você sai, não tem mais volta, porque você encontra do outro lado um mundo novo, diferente de tudo o que você viveu até hoje.
Bjs, Carmen