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Mostrando postagens de agosto, 2015

BALADA LITERÁRIA:LANÇAMENTO VIRTUAL DO PRATO DE CEREJAS

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Amigos e amigas, queridos: eu me comprometi que faria um "esquenta", antes da 20 horas, que é prá dar tempo de esperar os nossos colegas autores, que não têm acesso ao facebook, durante o dia, chegarem do trabalho e se juntarem a nós. O dia, claro é de muita festa, e começou muito agitado. Como a maioria de nós autores, aqui, na média, passa dos quarentinha, portanto é tudo imigrante digital, levamos alguns sustos, ontem, quando fomos informados que os livros (e-books -- ainda não me acostumei com essa palavrinha) estavam prontos e disponíveis nas megastores. Claro, que corremos prá elas, prá tentarmos ser os primeiros compradores e leitores dos nossos próprios livros, e, assim, conferir se estava mesmo tudo certinho, como haviamos entregues aos editores da e-galaxia, responsáveis pela plataforma digital e a distribuição no mercado. No começo, foi um susto. alguns que procurávamos, não apareciam. Outros, apareciam sem capa. Outros, ainda, completamente desformatados,

Viagem nas costas de um cavalo-peixe

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arreio o meu cavalo-peixe calço botas e esporas, e arranco pelas planícies campinas e pastagens do Brasil central; os goianos têm fala mansa e fama de bons amantes mas deixo minha cama ainda quente, em busca de outras terras onde possa deitar minhas sementes. os pastos estão secos, esturricados o gado já não dá carne nem leite. é tanta poeira que os meus olhos se tingem de sangue neste agosto bruto, vestido de vermelho, no sol poente.

Ventre de Vênus

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mergulho em ti na noite rosa e  retorno à tona com minha boca cheia de escamas dos peixes líquidos, engolidos a cada amanhecer: lençóis de algodão, umbigo oleoso & piercing inflamado teu corpo se desenrola prá mim em pergaminhos de tatuagens florzinha passarinho dragão  São Jorge anjo  foice martelo os desenhos flanam na superfície da sua pele e desembarcam nas planícies ao sul de Creta; como um Ulysses cansado da guerra, você dorme enrodilhado em concha, sonhando com o ventre de Vênus. no outro dia, o bárbaro se levanta disposto a navegar os mares bravios, outra vez. beija-me os mamilos, e deixa-me outra vez à espera dos peixes líquidos, de escamas coloridas que virão do fundo do oceano, enroscar-se nos meus lábios-anzóis, onde tatuei a palavra boca Imagem: Alessia Ianetti 

Casa de abelhas

Florzinha de macela se enrosca na palavra frágil de arame. Ao fundo, as montanhas soberbas em sua perenidade. Flores e pedras se compõem nos mistérios do outono. Tecem os cabelos da memória. Evocam lembranças dos homens que tocavam rabeca embaixo das janelas mineiras. "Minas não há mais", diria Drummond. Tem razão o poeta. Só restaram pedras e homens. Escravos. Escravas. Libertas quae sera tamem, agora é só uma frase, bordada em panos que já tremularam no alto dos mastros e dos corações valentes. Do chalé recortado no topo do morro, restou a brancura solitária na paisagem fria. Agora, silencioso e tácito, é abrigo de abelhas africanas. O cachorro aspira o cheiro adocicado no ar. Enfia o fucinho debaixo da porta. Sente o zum-zum-zum dos ferrões libidinosos. Fora, os galhos ensandecidos da primavera constroem um aramado de flores sobre o telhado. Eu crio coragem e entro na casa. Abro suas cortinas de teias de aranh