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Mostrando postagens de agosto, 2011

Chinelos esquecidos

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Os chinelos calçam pés esquecidos, num velho canto da sala. A chave não mais desenha o círculo do sol. O paletó escora-se nas pernas da calças. A cadeira encosta-se nas paredes ocas. Cobras emigram, pássaros rastejam. Correntes enferrujadas sustentam o mundo. Imagem: Remédios Varo

Hora mágica

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a hora mágica chegou ao fim do último beijo ressoa o estalar de línguas. O monstro recolhe suas garras e retorna a forma original: (frágil caracol intumescido retorna, carente, ao esconderijo).

Ruminantes

A carroça do meu pai cantava sete léguas até o coração (da estrada) Na varanda minha mãe o esperava com bolinhos de fubá e queijo meu avô trançava couros engolia o bigode mascava fumo cuspia na mão. Na tarde longa vacas ruminavam tédio com capim.
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Pensava em luz. Comia trevas com as mãos.

Infância

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Mangueiras da infância eram moças que se maquiavam nas manhãs de sol. Cajueiros pintavam os lábios com as cores do entardecer. Comia mangas e cajus (com sal) trepada em árvores enormes sem raízes, tocando o céu. Na boca um gosto de pecado. (não tenho mais)

Memória do prazer

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                                                Se o teu sexo me aquece, esqueço de mim.

Estrelas Cadentes

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                                                                                              A flor do sexo estendeu seus galhos                                                                    ao leste:                                                        nasceram estrelas cadentes.