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Claudia

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                                                (Poema em homenagem a Claudia Ferreira da Silva,                                              morta e arrastada pelas ruas do Rio de Janeiro,                              pela Polícia Militar) Como se fosse um animal selvagem,  foi abatida à queimarroupa;  enfi ada no portamalas,  feito um porco que vai pro matadouro; arrastada pelas ruas da cidade,  com a mesma consideração que os  sacos de lixo não merecem.  Seu corpo -- morto -- foi profanado em plena via pública, ao olhar atônito dos que passavam.  Agora, Claudia toca sua lira  prá fazer seus quatro filhos dormirem em paz (e seus quatro sobrinhos, sonharem) sem sangue nos olhos, sem revolta,  sem vontade de revanche.  Claudia tem parte com os anjos, parte com os bruxos: não é mulher que negaceia trabalho e já chegou armada de trapo e vassoura, pronta prá faxina na casa de Deus,  porquê esse era o seu ganha-pão aq