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Mostrando postagens de setembro, 2015

baralho de cartas & unicórnios azuis

 baralho de cartas & unicórnios azuis a lua vestiu-se de veludo azul  e desceu aqui na terra montada num rinoceronte branco: veio inspecionar o seio das sementes que não germinaram na última primavera. entre abricós-de-macaco e limas da pérsia, flores de maracujá e orquídeas lilases;  alguns milênios passaram-se aos trambolhos; asteróides do desespero emaranhados  em anéis estelares, dramas interplanetários, homens engolidores de fogo, e mulheres cortadas ao meio. o mágico chinês fechou seu baralho de cartas atirou-o no espaço e saiu desabalado em sua carruagem puxada por unicórnios verdes-água.  dobrou e guardou no bolso do fraque, a última pomba da paz, o último lenço de adeus acenado aos puros de coração que morrem sozinhos, nas praias do abandono.