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Mostrando postagens de julho, 2013

O vôo da bailarina azul

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o fio de azeite queimado não conduz mais o fogo ao bico da lamparina. A chama está acesa, azulada, mas não brilha, mais.  Apenas, projeta a sombra da bailarina azul   que escala as paredes do meu quarto: e,  busca  -- desesperadamente --   um ponto de fuga.  [         ] uma janela, quem sabe, se abrisse na escuridão da noite e a bailarina azul pudesse se lançar para o abismo, certa de que não teria asas para ampará-la em sua queda,   vertiginosa e triunfal. Mas a bailarina,   luz de candeia, é manca e não voa:  apenas,  bruxuleia.  Imagem: fotografia em branco-e-preto Autor: não-localizado

A flor do sexo

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A flor do  sexo estendeu seus galhos ao leste: - nasceram estrelas cadentes. Imagem: Christian Schoe

Chuva da madrugada

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         Chuva da madrugada         - abençoada - me cobre com seu manto molhado: penetra-me nas carnes sedentas de amor, sonolentas e insones, que nesta noite recusam-se a habitar o reino dos sonhos. Trás a calma das estrelas e a luz de outros sóis, que visitastes em suas viagens siderais. Invade-me o meu bosque interior e lava-me as entranhas, perfuma-me os travesseiros e os lençóis; desmancha os meus cabelos, desvela-me os seios, em sacrifício. Oferece-me  aos guardiões das madrugadas, antes que se abram os portões do Sol. Nesta noite de vigília, oh, chuva, lava-me a alma ferida de morte, e resgata a flor, já murcha, da minha esperança.   Imagem: Water Woman Mermaid by Adrian Borda   São Paulo, 05 de Julho de 2013.