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Mostrando postagens de abril, 2012

Flores secas

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O cachorro dormindo ao pé da porta. A enchente.  O guarda-roupa e seu destino de traças. O velho baú sisudo, esquecido em um canto do quarto. Tento abrí-lo, mas a fechadura está emperrada. Um baú de lembranças que agora são ossos. Poeira no desorizonte da estrada. Estrada que não queria ter percorrido. Sozinha. Como era bom banhar-me nos rios da minha infância.  Rios que corriam límpidos, pelos olhos das minhas irmãs.  O mergulho cego do alto da ponte.   O sapato de boneca. O cabelo trançado.  O vestido vermelho.  As imagens dos homens de outros planetas  que chegavam numa caixa.  Os lábios secos.  A vagina sangrando. Um caderno em branco e a falta de caneta.   E a internet que não conecta nada a lugar nenhum. Um pastel de feira.  Uma camiseta rasgada. Um dente quebrado. Da estronca, a dentadura sorri prá mim, zombeteira. No quintal, o mato cresceu  e tomou conta dos beirais da casa. A jabuticabeira nunca mais floriu. Os pés d

Beijo

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                                                               Foi ali, no antigo Bar Brahma, na mais famosa esquina de São Paulo, entre a Ipiranga e a São João que a minha boca se encontrou com a sua e eu construí a minha mais gostosa rima. (poeminha escrito numa noite chuvosa, de um longínquo dezembro de 1994)