Ariadne



A ondulação do vento
despenteia os seus cabelos grisalhos.
O vinho aquece tua garganta.
Olhas para o céu azul,
recortado de nuvens.
Imaginas-te correndo entre as videiras
outonais.
Os pés descalços de Ariadne
amassando as uvas,
correm ao encontro dos teus pés,
até alcançá-los na longínqua estrada.
Então, ela deita-se na relva, ao teu lado.
Trás o sabor das uvas tenras nos lábios,
e o vestido manchado
de vinho e sangue.

Ariadne, agora, não é mais uma miragem.

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