Vinho derramado

Abril é um mês cruel.

Os ramos de oliveiras
castigam os ombros nus
do pastor de ovelhas.

Os pescadores de almas
sentam-se às margens dos rios,
em quarentena.

O homem foi cruxificado
em nome dos pagãos do mundo.

Não adiantou.

O vinho já estava derramado.
Poema: Marisa Sevilha Rodrigues
Imagem: Catrin Weltz Wtein

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