O azul do meu dia

Imagem:Michel Ogier

E o azul do meu dia
é  da cor cinza escuro do meu pranto.
Esse manto tecido ponto a ponto
por uma mão invisível.
Mãos que manejam terríveis agulhas
Numa malha infinita.
Que tricotam os pontos nevrálgicos do meu destino,
com a paciência de um  chinês.
Um velho  que navega seu barco por um rio leitoso
cheio de curvas e cascatas,
sem medo do despenhadeiro logo à frente.
É assim o azul do meu dia,
feito de cacos de vidro e lágrimas.
Um destino bordado
pelas mãos calejadas do barqueiro.
Esse incansável obreiro do tempo,
esse eterno atravessador de almas.

é assim o azul do meu dia,

misto de cacos de vidro e lágrimas.

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