Cadafalso





Novembro com manhãs enevoadas, 
quentes, e tardes amarelas.
Eu flutuo entre as horas do dia, 
sereia espremida
num aquário trincado, 
só esperando que suas paredes de vidro 
se espatifem ao meu redor.
A tensão cresce no meu peito
e não há música capaz de expressá-la. 
Quero dançar, 
mas o espaço exíguo 
limita meus movimentos. 

Estou dobrada e amassada, 
à beira de um cadafalso.

Imagem: Adrian Borda

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