baralho de cartas & unicórnios azuis
a lua vestiu-se de veludo azul e desceu aqui na terra
montada num rinoceronte branco:
veio inspecionar o seio das sementes
que não germinaram na última primavera.
entre abricós-de-macaco e limas da pérsia,
flores de maracujá e orquídeas lilases;
alguns milênios
passaram-se aos trambolhos;
asteróides do desespero emaranhados
em anéis estelares, dramas
interplanetários,
homens engolidores de fogo,
e mulheres cortadas ao meio.
o mágico chinês fechou seu baralho de cartas
atirou-o no espaço e saiu desabalado em sua carruagem
puxada por unicórnios verdes-água.
dobrou e guardou no bolso do fraque,
a última pomba da paz, o último lenço de adeus
acenado aos puros de coração
Comentários