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Mostrando postagens de março, 2010

Agora, é sempre assim

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Imagem: Annabelle Verhoye Agora, é sempre assim: acordo com a luz do outono arranhando as janelas. Abro os olhos e vejo a sombra da dor, se escondendo atrás da porta, no canto esquerdo do espelho, debaixo do tapete. Tento erguer-me da cama, mas não tenho forças para mais um dia, sem alegria. Os joelhos fraquejam, calcinados com a memória das estradas. Longas.Sinuosas. Poeirentas. Traiçoeiras. (Os sinos de vento soluçam lá fora) Abro as janelas e deixo a luz da manhã  ensolarar o meu quarto.  Devassa, ela se deita com os meus lençois, se abraça com os meus travesseiros. Anos de solidão e desespero talharam a armadura, colada ao corpo. A porta da prisão está aberta, Mas a prisioneira encantou-se pelas muralhas.