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Mostrando postagens de março, 2015

Por um punhado de serpentina

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Por um punhado de serpentina Contemplo no espelho de tuas retinas meus últimos dias de juventude e decido que não deixarei que os nós escabrosos da velhice desabrochem em cada articulação do meu corpo, que ranjam a cada passo de dança que eu ainda queira dar em busca de algum sorriso no meu rosto, ainda que desenhado para uma noite de carnaval,  talvez em Veneza. Mascarada,  quero beijar todos os lábios do mundo que ousarem abrir-se em minha direção. Não hesitarei em copular até com as abelhas, se houver uma crise de mel para abastecer as cidades e com os corações partidos, loucos e despedaçados por um punhado de amor. Venha, tire essa fantasia rota, mal-cheirosa, de carnavais antigos, onde as colombinas  e pierrôs se perderam pelas ruas e avenidas da solidão, depois de cada baile da vida. Venha sambar comigo, no cordão dos desgraçados, pois que de tragédia é feita a nossa vida. Por isso, eu me visto de comédia.