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Mostrando postagens de julho, 2007

O uivo de La Loba

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Abri a cortina de teias de aranha e adentrei a caverna úmida. Os olhos do lobo acuado brilhavam no fundo negro da gruta. A velha, de cócoras, entoava uma canção profética, enquanto remontava o esqueleto de ossos, como se fosse acender uma fogueira de gravetos secos. Ao estalar do fogo, suas labaredas subiam, línguas vermelhas de sangue para a Sétima Abóboda do Céu. Puxei meu colar e as pérolas espirraram longe demarcando o caminho a prosseguir. Saí, sem olhar para trás, mas sentindo o brilho intenso [do olhar] da Mulher Selvagem. Das rugas de meus pés descalços nasceram rios em sentidos vários o sangue gotejava de minha fronte e quando puxei o lenço branco para enxugá-la, a pomba da paz voou para longe. O oásis já estava bem perto, pensei, e me sentei no chão, para arrancar os carrapichos das minhas roupas em andrajos. Por sete séculos e sete vidas fiquei assim, sentada, com uma pulseira de salam