Viagem nas costas de um cavalo-peixe



arreio o meu cavalo-peixe
calço botas e esporas, e arranco pelas planícies
campinas e pastagens do Brasil central;
os goianos têm fala mansa e fama de bons amantes
mas deixo minha cama ainda quente,
em busca de outras terras
onde possa deitar minhas sementes.
os pastos estão secos, esturricados
o gado já não dá carne nem leite.

é tanta poeira que os meus olhos se tingem de sangue
neste agosto bruto, vestido de vermelho, no sol poente.

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