Parede de vidro





sinto o toque dos seus dedos
roçarem minhas costas,
minhas nádegas.

sinto a vontade de sentí-los
suaves
(sorrateiros)
deslizando sobre a minha pele.

mas é uma vontade fragilizada,
agora.
uma parede de vidro
intransponível
se ergueu entre nós.

Muros. Berlim. Lamentações.

Agora, a gente se vê,
mas não mais se enxerga
nos olhos um do outro.

Você me deseja,
mas perdeu o mapa
do meu corpo.

Imagem: Adrian Borda

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