Escolha as suas cerejas preferidas, e aprecie-as, deliciosamente...
Sacos de estrelas
Gerar link
Facebook
X
Pinterest
E-mail
Outros aplicativos
Brotar da escuridão da noite
e voltar,
derrepente,
para o meio daqueles
que me deixaram insepulta.
Destino de louco é andar pelo mundo,
carregando sacos de estrelas.
Ilustração: José Emroca Flores
Gerar link
Facebook
X
Pinterest
E-mail
Outros aplicativos
Comentários
Anônimo disse…
really good! especially the last two verses. Short but very evocative. Your style is evolving.
Anônimo disse…
Marisa,
muito grata pela delicadeza do teu convite para visitar teu jardim de cerejas! Muito bonito o espaço para a Poesia aqui... Parabéns! Virei com mais vagar em outras ocasiões. Quem sabe já com a conta blogger para não assinar anonimamente?! Um grato abraço,
As àguas revoltas da vida me envolveram em seu torvelinho denso de troncos e raízes arrastados pelas mãos descarnadas do tempo. -- esse sádico maestro de sonhos que teima em descosturar as malhas da ilusão entretecidas, sempre, ao cair da tarde na longa espera, à porta da casa. Ajoelhada em volta do fogo fico à espreita das labaredas, que vêm lamber as brasas. Os cabelos emaranhados da noite. Os lençóis desmanchados em suor e sangue. A desdita do trabalho em vão. As pérolas e seus colares atados de nós. O nascente e o poente que não mais querem brincar de esconde-esconde no desorizonte. As rugas dependuradas na face. O olhar de peixe morto. Um bater de asas. Portas e janelas da casa. Fechadas.
Para Patricia Claudine Hoffmann e Cy Claudel À espera de algum milagre, descasco as nêsperas no prato, descanso a faca e me delicio com a polpa que ainda trás um aroma de quando foi flor. No limiar da escada, tropeço em ossos alquebrados dos que pararam no caminho. Destravo portas e janelas, para respirar a noite. Tenho relíquias intangíveis no peito. Um terço centenário que foi do meu pai, ficou anos pendurado sobre a imagem do Sagrado Coração, pendurado na parede do quarto, até que alguém o surrupiou. Levou a peça, mas não a lembrança. Tem gente que acha que pode assaltar corações, caixas de memórias, cofres de emoções. Não pode. À sombra da árvore do esquecim...
(Poema in memoriam do poeta Manoel de Barros e de Carlos Carlos Prudente Correa, ambos falecidos no dia 12 de novembro de 2014). A morte convida-me para dançar uma valsa nesta quinta-feira sombria e triste. Rabisco alguns versos in memoriam do homem que subiu aos céus, hoje, vestido de azul, pendurado na cauda dos pássaros. No centro da sala as violetas me olham, desconfiadas, das minhas intenções. Conto-lhes que acordei com a visita da morte. Ela visitou-me tres vezes antes do galo cantar, na madrugada de cabelos encrespados pelo vento. Ela riscou a minha janela com o sinete do enforcado: e quando acordei eu soube que ela levara para sempre o homem frágil, o homem carente de abraços, o homem simples que se vestia de nuvens e se cobria com o sorrisos dos netos. Acordamos...
Comentários
muito grata pela delicadeza do teu convite para visitar teu jardim de cerejas! Muito bonito o espaço para a Poesia aqui... Parabéns! Virei com mais vagar em outras ocasiões. Quem sabe já com a conta blogger para não assinar anonimamente?! Um grato abraço,
Lilly Falcão :)