O vôo da bailarina azul

o fio de azeite queimado não conduz mais o fogo ao bico da lamparina. A chama está acesa, azulada, mas não brilha, mais. Apenas, projeta a sombra da bailarina azul que escala as paredes do meu quarto: e, busca -- desesperadamente -- um ponto de fuga. [ ] uma janela, quem sabe, se abrisse na escuridão da noite e a bailarina azul pudesse se lançar para o abismo, certa de que não teria asas para ampará-la em sua queda, vertiginosa e triunfal. Mas a bailarina, luz de candeia, é manca e não voa: apenas, bruxuleia. Imagem: fotografia em branco-e-preto Autor: não-localizado