Detalhes Sórdidos

A vida não economiza nos detalhes sórdidos. Eu continuo esperando as cores de Frida Khalo que você me prometeu, mas não sei o que me aguarda na próxima estação das águas. Arrumo malas, observo a chuva, pronta para mais um feriado solitário no Morro dos Ventos Uivantes. De vez em quando, esmago dragões com as pontas dos dedos. Eles soltam pequenos gemidos de prazer e exalam um odor de flores-cadáver. Não, a vida não economiza nos detalhes sórdidos. A morte avisa pelo facebook que recrutou para o seu exército de desvalidos, o irmão de Sofia. Tomo um suco de berinjela, prá me reanimar do choque, mas minha garganta está fechada. Quero gritar o seu nome, mas não consigo. Está tudo tão solto e desconexo na minha cabeça, que não me reconheço, mais. Sou a versão feminina do Bispo do Rosário: junto paus, pedras, trapos, sucatas no int...