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Mostrando postagens de setembro, 2012

Eleonora

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Não mais poderei encher o jarro Com as águas fluídas do lago. Ajoelhada as suas margens, Assusto-me com minha imagem _túrgida, fugidia— O buquê de lírios brancos Caem dos meus braços Ressequidos. Como as águas secas do lago Foi-se embora o frescor de Eleonora.

Não quero ir, não quero ficar

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                                                                                                                                                            Para Carmem Quartim Madia e Lilian Shimizu Meu corpo inteiro dói. ...

Poema para um minotauro azul

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As taças tilintando sobre a mesa. As mãos que se cruzam e se tocam. Quase uma prece. Das taças vermelhas escorrem gotas do borbulhante champagne. Olhos. Bocas. Decotes.Fendas. Tudo é penetrável e impenetrante. Saliências e reentrâncias. O tronco da figueira,  desenrola-se para o céu, e faz-se de teto para os amantes em fuga. O gozo é azul e a fruta do amor é do tamanho de um elefante preso pelo rabo, no elevador. As taças se encontram às escondidas no reflexo do espelho. Miram-se. Tocam-se. E se derretem em gotículas de prazer. O silêncio das bocas traduz o desejo das línguas. Bocas entreabertas degustam o sabor do não dizer...só sentir... o desejo imenso de escorregar dedos pelos tecidos molengos, sedosos, tão safadamente sedutores de sua longa e malemolente saia vermelha. Picasso e o seu minotauro dançam um flamenco manco nas varandas espanholas de uma tela à meia luz. Seu sorriso é tão doce e cruel que n...