Religião dos Jardins

Lençóis branquinhos dançavam a cerimônia do adeus, nos varais infinitos, da minha infância. Anil era a cor do céu, so blue. Adeus pai. Adeus mãe. Irmãos.Vizinhos. Adeus que eu vou embora, teria lhes dito, [ corajosa ] não fossem as lágrimas ocultas. No canto do olho, a trave. E a dúvida, entre partir ou ficar [para sempre] instalada nas tramelas das janelas. O chão batido da cozinha. As açucenas brancas acenando nas manhãs insones. As coroas de cristo reverenciando o sol do meio dia. E a santa Ave Maria abençoando, as seis horas, o copo dágua , ao lado do rádio: “bebe, filha, bebe. A água do Senhor vai te fazer bem”. profetizava minha mãe. Mas o lago azul da minha infância, Já ficara opaco no retrovisor do meu carro. O futuro era um álibi prá fugir do p...